São Paulo, uma cidade sem governo

São Paulo é uma cidade sem governo. As ruas são todas elas esburacadas ou com remendos salientes de sorte a causar danos aos veículos automotores. A durabilidade de veículos blindados reduz pela metade.

Um buraco de 10 cm, por força da omissão, transforma-se em uma cratera interditando uma das pistas por 40 ou 60 dias até ameaçar o desmoronamento da via inteira, quando uma equipe de 10 ou 12 pessoas ficam tapando o buraco por quase uma semana, porque apenas um trabalha enquanto os demais fiscalizam o trabalho.

Fazem o serviço pela metade, deixando de refazer o asfalto. Como resultado dessa omissão pedras e cascalhos vão se desprendendo até formar outro buraco e o episódio se repete. Infelizmente não há criminalização para esse tipo de conduta abominável.

Não há um único dia em que não falta energia elétrica em algum ponto da cidade, causando transtornos de monta aos trabalhadores, além do stress que causa a quem estiver peticionando nos processos com prazos fatais. Antes era somente nos dias de chuva intensa que faltava a energia. Agora, isso se tornou uma rotina; até parece algo programado para poupar energia.

Os semáforos estão quase todos eles desregulados ou mal regulados; alguns abrem e fecham quase ao mesmo tempo, como aquele instalado próximo ao Palácio Bandeirante, não dando tempo para a passagem do segundo veículo; outros levam uma eternidade para abrir, facilitando o arrastão.

Os canteiros centrais estão sendo alargados em vári9os pontos da cidade, estreitando as pistas de tráfego. E isso acontece exatamente nas vias estreitas e de tráfego intenso. Não se sabe por que razão! Ao que saibamos nenhum pedestre caminha pelo canteiro central. Se não for para atrapalhar o trânsito, certamente, é para dar serviço a pequenas empreiteiras de obras. Neste caso, é melhor fazer uma doação em dinheiro para essas pequenas empreiteiras do que permitir que elas façam estragos.

As ciclovias foram implantadas em vias de mão dupla, emperrando o trânsito, além de propiciar riscos de acidentes; muitas delas em suas estreitas. Algumas delas são implantadas ao longo das vias de fronte a lojas comerciais. Afugentam a clientela das lojas por não ter onde parar para embarque e desembarque.

Faltam pontes, viadutos e túneis para melhorar o fluxo de trânsito que emperra a economia.

Ao contrário, fala-se em demolir o minhocão, único viaduto inteligente de grande extensão que liga a zona leste à zona oeste da cidade. Os urbanistas que querem a derrubada do minhocão só atentam para o aspecto estético da cidade. São incapazes de imaginar um sistema que preserve a estética e o viaduto ao mesmo tempo, como na China, por exemplo, em que painéis coloridos postados ao longo dos viadutos servem para evitar a propagação de ruídos.

A Avenida Vinte de Maio está a merecer um viaduto desde a Avenida Tiradentes até as proximidades do Interlagos, com algumas rampas de saída nos pontos estratégicos (Anhangabaú, Av. Pedro Álvares Cabral, Aeroporto etc.).

O terrível cruzamento da Rua Sena Madureira com a Rua Domingos de Morais poderia ser eliminado por meio de um túnel por debaixo da linha do Metrô, ou, alternativamente, por meio de um viaduto.

Mas, tudo isso requer um Prefeito de verdade que não temos.

Depois de Jânio Quadros e Paulo Maluf não temos tido prefeitos com visão do futuro, nem mesmo do presente.

A única coisa que está crescendo em São Paulo é a população e a desordem generalizada.

Nada de obras de infraestrutura; nada de limpeza de bueiros entupidos que causam inundações com qualquer pancada de chuva; nada de operação tapa-buraco e construção de piscinões como no tempo do Paulo Maluf.

A população paulistana está entregue a sua própria sorte, pois os fabulosos recursos financeiros, frutos de tributos escorchantes, não vêm sendo aplicados para a melhoria de qualidade de vida do cidadão paulistano.

Esse descalabro administrativo da cidade teve início com a assunção de pessoas não eleitas pelo povo, por força da renúncia do Prefeito eleito, ou por morte dele, como no caso atual.

Como está em moda fazer da Prefeitura da maior cidade do mundo um trampolim para o cargo de governador do Estado, por força da descoincidência de mandatos, convenientemente mantida ao longo do tempo, é preciso redobrar a atenção na hora de votar na chapa que contemple um vice-prefeito sem experiência político-administrativa visível.

Urge a busca de um prefeito que faça com que os fantásticos recursos financeiros retirados da população paulistana sejam efetivamente aplicados na melhoria de vida do paulistano.

SP, 10-4-2023.

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